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Feliz Natal!

Contemplando-Te tão humilde, doce e despojado, fito os meus olhos em Ti, Pequeno Grande Salvador meu. Mistério tão inaudito que assombra, mas que também acalma, afinal, ultrapassa todo o humano compreender. Dormes sob o olhar justo de José, o silencioso. Dormes sob a fé de Maria, que também silenciosa guardava tudo em seu coração, meditando em seu íntimo. A Alegria está na manjedoura! A Luz que dissipa as trevas e a certeza de que não estou sozinha se encarnou! O dia amanheceu diferente, nosso Deus se fez gente, a terra recebeu o Céu. O coração, sem caber em si de encanto, vela o Menino Santo que nasceu para me fazer viver. Feliz Natal!

Manjedoura Vazia

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Quando Você vier, quero estar esperando.   Não desejo me distrair com as luzes do sucesso, com os holofotes das conquistas e nem com o brilho do poder. Quando Você estiver chegando, não quero estar na busca desenfreada dos meus próprios planos, lutando pelos meus desejos ou ocupada com a minha “felicidade”. Quando Você estiver vindo, não quero estar nas lojas comprando presentes, nas filas dos shoppings ou nas ruas do centro. Quero me surpreender com a Sua chegada, com a grandeza da alegria do mais feliz encontro, com a sublime troca de olhares, com o sorriso tão querido... Mas não quero ser surpreendida por não estar onde deveria e me “perder” de Você.  Quando Você vier, quero que sejas meu encanto! Pois não quero estar fascinada pelo provisório. Quando Você estiver chegando, desejo que meu coração reconheça os seus passos, ou quem sabe, o seu choro de Menino. Quando Você estiver vindo, quero ser manjedoura vazia. Não quero estar tão cheia de mim e sem espaço para o Amor nascer.

O Senhor vem!

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Entre os dedos, na ponta da caneta, parece querer sair o coração. Mistério tão grande: dor, morte, cruz, alegria, esperança e ressurreição. Movimento sempre dinâmico, contínuo ciclo do cristão. Contemplar a vida ser conduzida por um lado ferido de amor, sem resistir às mudanças que transformam o pranto em canto e a existência em louvor. Ter constantemente, na medida do pulsar, o coração esmagado pela força da misericórdia; verdade que sempre faz uma obra nova surgir.   Somente quem Te conhece tem a graça de ter a alma saciada por uma presença que não passa, certeza de nunca estar só. Mistério tão grande que não cabe em mim. Amor forte, tão forte que me faz seguir.   Esperar-te todos os dias, contando o tempo, querendo sempre teu advento, saudades sem fim.... Se quiseres, já podes vir.

Eu escolho tudo

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Eu sempre quis mais. Mais do que um trabalho, a missão. Mais do que uma alegria, a felicidade. Mais do que um sonho, a realidade. Mais do que um amor, o amor. Mais do que uma expectativa, a esperança. Mais do que o concreto, a fé. Mais do que o hoje, o para sempre. Meu coração, criado por Deus, sempre foi maior do que eu. Meus olhos nunca pararam no horizonte. Hoje, eu quero o Céu. Hoje, “eu escolho tudo”.  “Não quero ser santa pela metade.”   “Meu Deus, eu escolho tudo, não quero ser santa pela metade. Não receio sofrer por Vós. Só temo uma coisa, é a minha vontade própria.”  (Santa Terezinha do Menino Jesus)  

“Maria guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração.” (Lc 2, 19)

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Com Ela aprendi que há muitas coisas que precisam ser guardadas no coração. Uma palavra que grita, um silêncio que dói, uma espera sem fim, uma luta vencida, uma batalha perdida, um sonho, um desejo, um sinal, um caminho, um amor, uma dor. Meditar com coração é mais do que racionalizar os fatos; é abrir espaço para o Mistério, é gerar uma nova maneira de viver o que chegou dentro da alma. Guardar no coração é sentir a espada sem se deixar abater por ela. É ter a coragem de se deixar ferir. É juntar os pedaços que um dia serão inteiros. Guardar no coração é reconhecer o próprio limite de não conseguir enxergar o que ainda não pode ser visto, o que ainda vai ser revelado e o que um dia será completado. Com Ela aprendi que só guarda no coração quem se sabe incapaz de resolver tudo com as próprias mãos, quem reconhece que o tempo germina a semente invisível da esperança, plantada no terreno da fé. Só sabe guardar quem abre mão do domínio da própria vida, quem se deixa conduzir e guia

Tributo a Francisco

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Gosto do cheiro de mato, do mormaço da chuva no chão. Gosto de sentir a brisa e gosto do barulho do mar quando se esparrama na areia como quem parece tomar de volta seu espaço, sem pedir licença a ninguém. Gosto da música e de parar para ouvi-la sem pressa, dançando a letra e vivendo a melodia. Gosto de todas as flores, mas amo a simples beleza das delicadas e fortes margaridas. Também gosto das rosas e até de seus espinhos. Gosto do silêncio do sol quando nasce e do misterioso colorido quando ele se põe. Quem poderia desenhar o céu melhor do que ele já é? Gosto da lua em todas as suas fases, gosto do céu estrelado do interior, regido pela sinfonia dos grilos.  Gosto do sorriso que abre o coração do mundo e da gargalhada que alcança a alma. Gosto das palavras escritas, ditas e cantadas. Mas gosto ainda mais quando o silêncio fala e cala. Gosto da anatomia dos abraços apertados e do carinho espontâneo. Gosto da surpresa e do encanto. E gosto do que é simples, mas fielmente concreto

Uma Quaresma de Verdade

Tenho lido e refletido muito sobre a vivência da Quaresma nos dias de hoje. Além da belíssima mensagem do Papa Francisco, de frases, palestras e partilhas de irmãos, tenho tentado rezar mais e ouvir, de verdade, como posso amar mais e me unir mais a Deus nesse tempo.   Em outros tempos, de fato, era mais fácil viver a Quaresma com um “plus” de piedade, penitência, cuidado, afinal, tudo em volta favorecia: as mídias, as escolas, os pais, os avós, as tradições tão criticadas, mas tão edificadoras de valores cristãos... Deixar de comer chocolate, deixar de tomar refrigerante ou de deixar de passar a manteiga no pão eram atos quase “normais” nesse período, afinal, valia tudo para ser mais santo e, quando se é mais jovem, todos os sacrifícios parecem mais possíveis de serem realizados por amor. Generosidade e radicalidade de corações jovens encontrados por Deus. Enfim, eramos convidados a mergulhar no Mistério de Cristo com mais profundidade e apresentados a Ele com maior frequência. H