“Nos salgueiros por ali penduramos nossas harpas”, mas sabemos que há um louvor que só se dá da Cruz.
Salmo 136
"— Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer!
— Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer!
— Junto aos rios da Babilônia/ nos sentávamos chorando,/ com saudades de Sião./ Nos salgueiros por ali/ penduramos nossas harpas.
— Pois foi lá que os opressores/ nos pediram nossos cânticos;/ nossos guardas exigiam/ alegria na tristeza:/ “Cantai hoje para nós/ algum canto de Sião!”
— Como havemos de cantar/ os cantares do Senhor/ numa terra estrangeira?/ Se de ti, Jerusalém,/ algum dia eu me esquecer,/ que resseque a minha mão!
— Que se cole a minha língua/ e se prenda ao céu da boca,/ se de ti não me lembrar!/ Se não for Jerusalém/ minha grande alegria!"
“Junto aos rios da Babilônia
nos sentávamos chorando, com saudades de Sião”, pois estamos exilados na
babilônia de muitos sofrimentos. Nas noites mal dormidas, nas ausências
sofridas, nos corredores dos hospitais. Exilados no pavor e na insegurança. Nas
enfermidades que abatem o corpo, nos medos que assolam a alma. Choramos os
nossos sem a devida despedida, multiplicando ainda mais o vazio do luto
apressado que cada um precisa enfrentar.
“Nossos guardas exigiam
alegria na tristeza”, e exigem hoje tanto mais, mas como encontrar a alegria em
meio a tanta dor? Como viver um domingo laetare em um tempo duplamente
quaresmal? Como havemos de cantar, se aparentemente
a esperança foi posta em lockdown?
“Nos salgueiros por ali penduramos
nossas harpas”, mas sabemos que há um louvor que só se dá da Cruz. Lembra-nos,
Senhor, que a última palavra é sempre Tua! Não é da dor, não é do medo, nem da desesperança. Lembra-nos o caminho e a direção, para que o
sofrimento não nos roube a esperança e a fé na ressureição!
“Que se prenda a minha
língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer!”. Pois são
tempos como esses que nos preparam para o céu. Sim, mais do que nunca, Tu és
nossa única alegria! Porém, a mais forte de todas: a que nos faz continuar a
caminhar mesmo na dor, cantar mesmo no luto e a louvar da cruz.
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