Em meio ao caos, um pouco de normalidade é tesouro.
Em meio ao caos, um pouco de normalidade é tesouro. O descanso de uma conversa fiada, o valor de um riso frouxo, um cochilo depois do almoço...
Uma pausa nas telas de dor e nas notícias de pavor, não como fuga, mas como um respiro que restaura o fôlego para o recomeço. Dos tantos recomeços que esse tempo convoca. Das superações que esse momento provoca. Das verdades que a fragilidade expõe, do novo olhar para o outro que a ocasião propõe.
É preciso resgatar a beleza do cotidiano empoeirado, pó que esconde as possibilidades de esperança. É preciso coragem para abrir as janelas emperradas pelo medo, com a infusa certeza de quem não teme o porvir.
É preciso relembrar o gosto do café da tarde, divido com quem também se compartilha a vida, na delicadeza simbólica dos detalhes, que a pressa nos impede de ver.
É preciso também contemplar que o sol é sol, que o mar é mar, que tudo permanece em seu lugar; e que Deus continua sustentando a sua criação. Como um artista que sempre aperfeiçoa sua obra, mesmo quando ela já é perfeita.
Em meio ao caos, um pouco de normalidade é repouso para a alma e descanso para o coração.
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