“Maria guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração.” (Lc 2, 19)
Com Ela aprendi que há muitas coisas que precisam ser
guardadas no coração. Uma palavra que
grita, um silêncio que dói, uma espera sem fim, uma luta vencida, uma batalha
perdida, um sonho, um desejo, um sinal, um caminho, um amor, uma dor. Meditar
com coração é mais do que racionalizar os fatos; é abrir espaço para o Mistério,
é gerar uma nova maneira de viver o que chegou dentro da alma. Guardar no
coração é sentir a espada sem se deixar abater por ela. É ter a coragem de se deixar ferir. É juntar os pedaços que
um dia serão inteiros. Guardar no coração é reconhecer o próprio limite de não
conseguir enxergar o que ainda não pode ser visto, o que ainda vai ser revelado
e o que um dia será completado. Com Ela aprendi que só guarda no coração quem se sabe incapaz de
resolver tudo com as próprias mãos, quem reconhece que o tempo germina a
semente invisível da esperança, plantada no terreno da fé. Só sabe guardar quem
abre mão do domínio da própria vida, quem se deixa conduzir e guiar. Só guarda
no coração quem tem o coração nas mãos de Deus. Coração, lugar seguro para
guardar os tesouros da vida, mas somente se durante a vida ele está sob a
tutela de Deus. Com Ela aprendi a guardar meus segredos em Seu lado traspassado
sem receio, sabendo que lá tudo se perde, tudo se encontra, tudo se transforma,
tudo se refaz, tudo se cura. Quanta sabedoria no guardar de Maria.
Bela reflexão, rica, profunda e sentida a respeito dessa assertiva de S. Lucas a propósito de Maria Santíssima. Poucas palavras, um universo.
ResponderExcluirObrigada, Sepúlveda! Fiquei muito honrada com seu comentário sobre o texto! Que Nossa Senhora nos ajude e interceda para que sejamos santos. Abraços!
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