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O amor sempre encontra um caminho

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O amor sempre encontra um caminho.  Ora um caminho novo, como uma via que é aberta, como algo que não se espera. Ora um caminho de retorno, para relembrar de onde viemos, para nos devolver ao que realmente somos. O amor consegue achar uma saída, mesmo quando parece não haver nenhuma. O amor consegue achar uma entrada, mesmo quando as portas estão trancadas.  O amor tem a força que nos resgata dos perigos, tem a sabedoria para passar por brechas e tem a bravura para encontrar esperança em escombros. O amor percorre distâncias, atravessa abismos e reconstrói pontes. O amor sempre encontra um jeito: se dobra, se quebra, se refaz e é refeito; laço dos imperfeitos, costurado com perdão e tecido de recomeços.  O amor sempre paga o preço. O amor sabe voltar. Doce espada revestida de verdade, que desbrava o deserto da solidão que habita em nós. O amor enfrenta o medo. O amor é o começo, é o fim e o meio. O amor sempre encontra um caminho.

A Paz do incondicional.

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"Não poderá jamais existir a verdadeira Paz nas almas dos homens e no mundo se esta Paz não estiver embasada em um amor incondicional a Jesus Cristo, pois aí nasce o Shalom de Deus." (Escritos Shalom - Amor Esponsal 04) Deus me deu um Carisma de Paz. Essa Paz, na mais bela e proposital redundância descrita pelo meu fundador, não poderá jamais existir se não estiver embasada em um amor incondicional a Jesus Cristo. A Paz que nasce no amor incondicional. A Paz que nasce do amor incondicional. De um coração que a tudo se dispõe. De um coração inflamado de amor. Quantas coisas são incondicionais em nossa vida? Quantas delas não estão sujeitas ao tempo ou às circunstâncias? Quantas foram sacramentadas em um compromisso sem volta? Sem possibilidade de serem desfeitas? A força do incondicional tem laços com o Eterno. E, hoje, o para sempre caiu em desuso. Dos relacionamentos aos projetos mais simples, a tendência é sempre ter uma rota para o retorno, caso algo não dê certo. O peso d

Só o amor dá sossego ao coração.

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  "Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas." (IJo 3, 18-20) Só o amor dá sossego ao coração. Amor que dói, que inquieta, que desinstala. O amor que é o desassossego que aquieta e a verdade que não acusa. O critério para saber se somos da verdade; é o amor que são obras. O critério para saber se somos de verdade; é a capacidade de amar. Um amor que se pode tocar, aquele que se encarna. Que é carne da mesma carne e coração do coração. O Amor que conhece todas as coisas, mas é maior do que todas elas. Amor que é partido e vertido, derramado sem retenção. Amor que salva de si. Amor que nunca pára em si. Amor que é sempre construção. E que sossego é esse em meio a tanto movimento? O sossego da salvação.

Existem primaveras inteiras escondidas em pequenas flores de inverno.

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  Existem primaveras inteiras escondidas em pequenas flores de inverno. Pequenos sinais de esperança que fecundam todo o jardim. Basta um rastro de luz para dissipar a escuridão. Apenas uma chuva para regar toda a terra. Basta uma só palavra para sermos salvos. Um minuto heróico para transformar o dia. Basta um sim para mudar a história. Uma só história para mudar o mundo. Bastou uma Cruz para abrir o céu e um Amor para vencer a morte. Basta pouco para quem tem a Deus. Quem tem a Deus basta.

Em meio ao caos, um pouco de normalidade é tesouro.

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Em meio ao caos, um pouco de normalidade é tesouro. O descanso de uma conversa fiada, o valor de um riso frouxo, um cochilo depois do almoço... Uma pausa nas telas de dor e nas notícias de pavor, não como fuga, mas como um respiro que restaura o fôlego para o recomeço. Dos tantos recomeços que esse tempo convoca. Das superações que esse momento provoca. Das verdades que a fragilidade expõe, do novo olhar para o outro que a ocasião propõe. É preciso resgatar a beleza do cotidiano empoeirado, pó que esconde as possibilidades de esperança. É preciso coragem para abrir as janelas emperradas pelo medo, com a infusa certeza de quem não teme o porvir. É preciso relembrar o gosto do café da tarde, divido com quem também se compartilha a vida, na delicadeza simbólica dos detalhes, que a pressa nos impede de ver. É preciso também contemplar que o sol é sol, que o mar é mar, que tudo permanece em seu lugar; e que Deus continua sustentando a sua criação. Como um artista que sempre aperfeiçoa sua o

Permanecer

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Permanecer.  Quanta vida em uma palavra! Mistério de quem decide demorar. De quem silenciou a pressa. De quem aprendeu a olhar devagar.  Permanecer.  Caminho do sim diário, dos sacrifícios escondidos, das dores que ninguém vê. Caminho do improvável. Das vias abertas pelo tempo que só contempla quem ousou não partir. Permanecer.  Encontrar repouso para a alma, criar raízes, queimar navios, desaprender o caminho de retorno. Achar o seu lugar. Paz de ser encontrado e encontrar.  Permanecer. Tempestade ou calmaria, prosseguir e continuar sendo. Perseverança dos que por  amor aprendem a resistir. Luta dos que não podem desistir. Aguentar até o fim. Permanecer. Amor que firma os passos do caído. Doçura que afasta a solidão.  Presença insistente. Habitação do coração. Permanecer: ficar para que outros tenham por onde voltar. 

A poesia do cotidiano

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Barulho da chuva na telha. Cheiro de café sendo passado.  Cochilo na rede. Brisa do mar. Céu estrelado. Domingo de sol. Livro novo.  Encanto da nova amizade. O descanso da antiga. Amor de tia. Colo de mãe. Segurança de Pai.  Casa de vó.  Projeto novo. Trabalho a empreitar. Construir algo. Um desafio para enfrentar.  Deus perpassa sorrindo nas linhas e entrelinhas do cotidiano.  Poeta das vivências mais corriqueiras, de tudo faz rima, de tudo tira um bem. Beleza da simplicidade na qual se revela, só um desatento diria que Ele está a se esconder.  Tanta riqueza em tanto lugar. Tanto Deus para contemplar! E quando as linhas se entortam e se emaranham em dor, assombra a precisão de sua escrita firme, que tudo ajusta e conserta; com a onisciência de quem tem sempre a palavra final. Que os versos da rotina nos façam ver as marcas do Eterno, no dia a dia de quem só tem o hoje para viver.    

É só a vida acontecendo...

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Enquanto a onda me toca, me joga e me tira do chão;  Esconde-me em Teu Lado Aberto e devolve o porto seguro ao meu coração. Enquanto o tempo é de incerteza e a correnteza me puxa para o fundo do mar;  Reaviva em mim a certeza de um novo tempo que logo virá. Se a água salgada turva os olhos e nuveia o sentir;  Que pela fé eu contemple a calmaria que está no porvir. "Esperança", sussurra a bruma que se esparrama na areia.  "É só a vida acontecendo!"; diz a onda que recua e arrebenta, num movimento de recomeço. É só a vida acontecendo...

“Nos salgueiros por ali penduramos nossas harpas”, mas sabemos que há um louvor que só se dá da Cruz.

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Salmo 136 "— Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer! — Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer! — Junto aos rios da Babilônia/ nos sentávamos chorando,/ com saudades de Sião./ Nos salgueiros por ali/ penduramos nossas harpas. — Pois foi lá que os opressores/ nos pediram nossos cânticos;/ nossos guardas exigiam/ alegria na tristeza:/ “Cantai hoje para nós/ algum canto de Sião!” — Como havemos de cantar/ os cantares do Senhor/ numa terra estrangeira?/ Se de ti, Jerusalém,/ algum dia eu me esquecer,/ que resseque a minha mão! — Que se cole a minha língua/ e se prenda ao céu da boca,/ se de ti não me lembrar!/ Se não for Jerusalém/ minha grande alegria!" “Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião ”, pois estamos exilados na babilônia de muitos sofrimentos. Nas noites mal dormidas, nas ausências sofridas, nos corredores dos hospitais. Exilados no pavor e na inseguranç

Oh, meu Senhor, vem me converter!

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  O Imaculado Coração de Maria foi cortado por uma espada que transpassou a sua alma de dor.   O Lado de Jesus foi aberto por uma lança, ferida que jorrou sangue e água.   Coração aberto de amor. E eu, a todo custo, ainda quero guardar o meu coração, com medo das feridas e dos rasgões; buscando remendar cada dor do viver. Oh, meu Senhor, vem me converter! Que eu aceite a espada do desconforto, da desinstalação e das incompreensões. Destrona o meu desejo de me proteger. Retira do centro o medo de sofrer. Oh, meu Senhor, vem me converter! Que da lança eu não me desvie, que do meu dever eu não me esquive. Que a Cruz eu possa abraçar, que Tua vontade eu sempre venha a escolher.   Oh, meu Senhor, vem me converter! Tudo para Ti, tudo por Ti. Venha o que vier. Suceda o que suceder. Espadas, lanças, feridas e rasgões: teu é meu coração. Oh, meu Senhor, vem me converter!