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Mostrando postagens de março, 2021

A poesia do cotidiano

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Barulho da chuva na telha. Cheiro de café sendo passado.  Cochilo na rede. Brisa do mar. Céu estrelado. Domingo de sol. Livro novo.  Encanto da nova amizade. O descanso da antiga. Amor de tia. Colo de mãe. Segurança de Pai.  Casa de vó.  Projeto novo. Trabalho a empreitar. Construir algo. Um desafio para enfrentar.  Deus perpassa sorrindo nas linhas e entrelinhas do cotidiano.  Poeta das vivências mais corriqueiras, de tudo faz rima, de tudo tira um bem. Beleza da simplicidade na qual se revela, só um desatento diria que Ele está a se esconder.  Tanta riqueza em tanto lugar. Tanto Deus para contemplar! E quando as linhas se entortam e se emaranham em dor, assombra a precisão de sua escrita firme, que tudo ajusta e conserta; com a onisciência de quem tem sempre a palavra final. Que os versos da rotina nos façam ver as marcas do Eterno, no dia a dia de quem só tem o hoje para viver.    

É só a vida acontecendo...

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Enquanto a onda me toca, me joga e me tira do chão;  Esconde-me em Teu Lado Aberto e devolve o porto seguro ao meu coração. Enquanto o tempo é de incerteza e a correnteza me puxa para o fundo do mar;  Reaviva em mim a certeza de um novo tempo que logo virá. Se a água salgada turva os olhos e nuveia o sentir;  Que pela fé eu contemple a calmaria que está no porvir. "Esperança", sussurra a bruma que se esparrama na areia.  "É só a vida acontecendo!"; diz a onda que recua e arrebenta, num movimento de recomeço. É só a vida acontecendo...

“Nos salgueiros por ali penduramos nossas harpas”, mas sabemos que há um louvor que só se dá da Cruz.

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Salmo 136 "— Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer! — Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer! — Junto aos rios da Babilônia/ nos sentávamos chorando,/ com saudades de Sião./ Nos salgueiros por ali/ penduramos nossas harpas. — Pois foi lá que os opressores/ nos pediram nossos cânticos;/ nossos guardas exigiam/ alegria na tristeza:/ “Cantai hoje para nós/ algum canto de Sião!” — Como havemos de cantar/ os cantares do Senhor/ numa terra estrangeira?/ Se de ti, Jerusalém,/ algum dia eu me esquecer,/ que resseque a minha mão! — Que se cole a minha língua/ e se prenda ao céu da boca,/ se de ti não me lembrar!/ Se não for Jerusalém/ minha grande alegria!" “Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião ”, pois estamos exilados na babilônia de muitos sofrimentos. Nas noites mal dormidas, nas ausências sofridas, nos corredores dos hospitais. Exilados no pavor e na inseguranç