Tributo a Francisco


Gosto do cheiro de mato, do mormaço da chuva no chão. Gosto de sentir a brisa e gosto do barulho do mar quando se esparrama na areia como quem parece tomar de volta seu espaço, sem pedir licença a ninguém. Gosto da música e de parar para ouvi-la sem pressa, dançando a letra e vivendo a melodia. Gosto de todas as flores, mas amo a simples beleza das delicadas e fortes margaridas. Também gosto das rosas e até de seus espinhos. Gosto do silêncio do sol quando nasce e do misterioso colorido quando ele se põe. Quem poderia desenhar o céu melhor do que ele já é? Gosto da lua em todas as suas fases, gosto do céu estrelado do interior, regido pela sinfonia dos grilos.  Gosto do sorriso que abre o coração do mundo e da gargalhada que alcança a alma. Gosto das palavras escritas, ditas e cantadas. Mas gosto ainda mais quando o silêncio fala e cala. Gosto da anatomia dos abraços apertados e do carinho espontâneo. Gosto da surpresa e do encanto. E gosto do que é simples, mas fielmente concreto e constante. Gosto muito do olhar sincero, aquele que fixa nos olhos sem medo, devagar como a cumplicidade é construída. Gosto do tempo que leva, que espera, que segue e que fica. Gosto da esperança, do sabor de cada novo dia, da expectativa que sussurra a mudança. Gosto do poder da poesia que torna leve o que se tornou pesado, suavizando a labuta dos cansados. Poderia “chorar como Francisco" por gostar de tantas coisas... Mas com ele aprendi que amar e apreciar a criação feita por amor e para mim, é amar mais meu Criador. Que chamem as palavras, as músicas e as poesias para testemunharem com eloquência a Beleza do Criador. Eu gosto de tudo isso, mas o que mais desejo é “Amar o Amor".

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